Embora pareça simples, todo o processo deve seguir um passo a passo cuidadoso. O acabamento cimentício pode ser aplicado tanto sobre bases recém-executadas quanto sobre contrapisos já existentes.
Na primeira situação, a argamassa seca é polvilhada sobre a argamassa de regularização ainda fresca e, posteriormente, alisada com desempenadeira metálica lisa, preferencialmente nova. -As bases devem ter idade de até seis horas para o lançamento da mistura seca. Base e acabamento devem curar juntas- orienta Paulo Michelazzo, professor do Senai.
A proporção indicada pelo profissional para o acabamento combina uma parte de cimento branco estrutural, uma parte de pó de mármore ou pó de quartzo mais pigmento colorido em pó, adicionado até atingir o tom desejado. -A cor tende a ficar ligeiramente mais escura após a aplicação e secagem- lembra.
PASSO A PASSO
1- Para bases existentes a primeira medida é a limpeza, livrando o contrapiso de gorduras, produtos químicos e pó.
2- Em seguida, a superfície deve receber uma nata de cimento comum, adesivo PVA e água (traço 1:0,25:5 em volume). É fundamental que o contrapiso seja poroso e a aplicação do acabamento ocorra antes da secagem da nata. A massa do cimento queimado aqui é úmida: a mistura adicionada de água deve ter consistência de pasta homogênea.
3- Feito o lançamento, passa-se à regularização com desempenadeira.
4- Em ambas as situações, a recomendação é que a espessura do acabamento não ultrapasse de 2 a 3 mm.
5- O processo de cura precisa ser úmido, ou seja, é necessário prever um anteparo para a incidência dos raios solares e ventos durante as primeiras 72 horas após o lançamento.
6- Em seguida, por mais quatro dias, a superfície deve ser umedecida a cada 8 horas.
7- A superfície deve ser coberta com manta geotêxtil ou sacos de estopa.
TRINCAS – Para minimizar o aparecimento de fissuras, o recurso principal é a aplicação de juntas de dilatação, de maneira a formar panos de seção quadrada, com dimensões entre 1,5 m e 2 m. Após a conclusão, as juntas são praticamente imperceptíveis, formando uma malha quadriculada de pequenas linhas discretas no piso.
Segundo Paulo Michelazzo, as juntas, preferencialmente de material plástico, são inseridas na base, deixando-se de 2 a 3 mm acima desta. -Outra junta indicada são os ladrilhos hidráulicos, que podem ser aplicados formando quadros ou molduras- diz.
Também deve ser dada atenção às condições climáticas no dia da execução do acabamento. Umidade relativa do ar abaixo de 40% e temperatura acima de 25ºC aumentam a probabilidade de aparecimento de trincas superficiais.
DESPRENDIMENTO DO ACABAMENTO – Também pode ocorrer o destacamento da camada de acabamento da base em argamassa. Evita-se o problema, respeitando as regras de aplicação do cimento queimado sobre a base recém-executada e, no caso de bases existentes, com a aplicação da nata de cimento como ponte de aderência.
MANCHAS – Como a utilização de cimento queimado resulta em um piso monolítico, formado por grandes panos sem rejuntes, é recomendável ter cuidado com a formação de fissuras. Também pode ocorrer variação na coloração do piso que, em excesso, adquire o aspecto de superfície manchada em vez da aparência natural rústica esperada para o material.
Em todo corpo que contém cimento, a tonalidade vai variar em função do tempo de secagem. Áreas que curam mais rápido tendem a ficar mais claras, enquanto aquelas que demoram mais para secar assumem tons mais escuros. Em superfícies muito grandes, não há como unificar o processo de secagem, por isso surgem as diferenças de tonalidade.